Os preços da gasolina subiram novamente na semana passada em Brasília para um chocante R$2,94 por litro, ou 1,85 dólar por litro. Em termos de um galão americano, fica um gritante $7,03 o galão, algo que motoristas americanos jamais aceitariam.
Aqui no Brasil, o público se habituou á pesada tributação dos combustíveis, apesar de um programa de governo iniciado nos anos 1970 para uso do álcool como combustível para veículos, em um esforço para reduzir a dependência nos produtos petrolíferos. Todo tipo de gasolina no Brasil tem o álcool adicionado a ele, em um mistura de 75% gasolina e 25% de álcool. Muitos dos carros fabricados aqui possuem motores flex, que podem usar gasolina ou álcool.
O Brasil por muito tempo já é auto-suficiente na produção de petróleo, com a importação de petróleo ocorrendo apenas para ocasionalmente atender a picos de demanda. Na verdade, a sua descoberta recente de petróleo offshore abaixo de uma camada de quatro quilômetros de largura de sal no fundo do mar, foi anunciada como uma oportunidade para o país se tornar um exportador de petróleo.
Enquanto isso, no entanto, os produtores de cana-de-açúcar foram gananciosos por querer exportar grandes quantidades de açúcar do Brasil, porque eles notaram que podiam conseguir mais dinheiro no mercado internacional do que em casa. Isso elevou os preços locais de açúcar a níveis extremamente elevados, com um pacote de 5 quilos de açúcar refinado sendo vendido por R$10 ($6,30) nos supermercados. Isso também pressionou os preços do álcool para os carros a R$2,84 o litro na bomba, o que o torna antieconômico para uso em carros flex. O álcool queima mais rapidamente nos motores de veículos que a gasolina, de modo a torná-lo útil para os proprietários de carros flex somente se seu preço estiver abaixo de R$2 por litro.
A administração da presidente Dilma Rousseff afirmou que pretende requalificar o álcool como um combustível para que ele possa regulamentá-la melhor. O álcool é atualmente classificada como um produto "agrícola". Ela também disse que estava pensando em taxar as exportações de açúcar a R$4 o quilo como medida de emergência para forçar os produtores de cana de açúcar a exportar menos açúcar. Incrivelmente, a Petrobras, a companhia nacional de petróleo brasileira, foi forçada a importar álcool dos Estados Unidos este ano, para misturar com a gasolina que vende no país. Por lei, toda a gasolina tem que ter pelo menos 20% de álcool na mesma, por isso os distribuidores de combustível culparam a alta do preço de gasolina no elevado preço do álcool.
O preço da gasolina em Brasília já subiu três vezes este ano, e donos de posto de gasolina tinha avisado que os preços chegariam a R$3,03 o litro nesta semana. Felizmente, a principal distribuidora de combustíveis no país, que é controlada pela Petrobras, anunciou hoje (19/04/2011) que não ia repassar um novo aumento nos preços da gasolina para os proprietários da postos, porque a nova safra de cana-de-açúcar começou a ser processada em usinas de açúcar em todo o país, facilitando o abastecimento de álcool que havia sido afetado por causa do recorde de exportações.
Há duas soluções para acabar com os preços altíssimos que brasileiros pagam pela gasolina: Ou tirar o álcool que é misturado a ele, ou cortar os impostos federais e estaduais que incidem sobre a gasolina. De acordo com o Sindicato dos Proprietários de Postos de Combustível do Distrito Federal, 37,75 por cento do custo de um litro de gasolina vendido aqui vai para os impostos: 24,58 por cento em impostos locais e 13,17 por cento em impostos federais. Cortando os impostos certamente iria aliviar a dor na bomba que os consumidores estão sentindo, mas eu duvido que haja qualquer vontade política de renunciar a esta receita, quer a nível federal ou local. Quanto a tirar o álcool da gasolina, uma lei federal teria que ser alterado para fazê-lo, o que significa que o Congresso teria que concordar com isso, o que levaria tempo e seria politicamente difícil.
Brasil precisa repensar o seu compromisso com fontes de energia renováveis, como o álcool, e torná-la uma prioridade nacional como era uma vez. O primeiro passo é a reclassificação de álcool como um combustível estratégico. Eles também precisam dêsencentivar os produtores de açúcar de exportar tanto açúcar e álcool. Certamente, a força da moeda nacional, o real, tem que ser segurado. A taxa de juros, que em 11,75% ao ano, está sugando enormes quantidades de dólares do exterior, enfraquecendo ainda mais a taxa de câmbio com o dólar americano. O aumento dos preços do combustível e do açúcar já estão empurrando a inflação para cima, e o Brasil, portanto, não deverá conter a inflação às taxas que previu no início do ano.
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